Como viver 100 anos?

A poucos dias assisti pelo serviço de streaming o seriado Como viver até os 100 anos: O segredo das zonas azuis e confesso que fiquei impactada. A expectativa de vida de 73,3 anos lançada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em 2023 e 76 anos no Brasil vem de encontro com a espetacular vida centenária encontrada nestas comunidades, um balde de água gelada na nossa realidade. Atualmente a nossa vida tem urgência, são muito sonhos pra realizar, são as demandas dos filhos a vencer todos os dias, é a busca da plenitude na carreira profissional… enfim, somos cada vez mais atropelados pela agenda lotada de compromissos que parecem não caber até o fim destas 7 décadas de vida que nos resta… (uma pontinha de ansiedade e depressão parecem crescer por aqui…) Queremos VIVER MAIS, óbvio!

Entretando, queremos alcançar os 100 anos de idade num corpinho de 60, mente sã e corpo ágil! Você deve estar rindo, pois isso é ridículo. A projeção do idoso vive em outros moldes, outra cara, outra disposição, tomam muitos remédio, muitos exame, consultas médicas e infinitos procedimentos hospitalares… É pra isso que queremos viver até 100 anos? Com certeza, NÃO! Se for pra dar trabalho e sobreviver sentindo dor e numa cama, preferimos morrer antes! É bem assim que pensamos, não é??

Pois então, depois de assistir alguns episódios eu fiquei impressionada com todas as atitudes que juntas podem proporcionar vidas mais longevas. Nas 5 Zonas Azuis estudadas o modo de vida é diferente do nosso, com certeza, mas é de impressionar as atitudes nada óbvias destas comunidades e, algumas considerações me instigaram: ninguém frequenta academias, as zonas azuis são vilarejos distantes de grandes centros hospitalares, algumas das cidades são montanhosas e alguns deles faziam ingestão de muitos carboidratos e, veja só, vinho (!). Numa primeira impressão tudo parece ir de encontro com as condições necessárias para que um idoso possa envelhecer com saúde. Mas é exatamente aí que viramos a chave: Não existe o “envelhecer” com saúde, eles não envelhecem. Não como nós.

Na nossa ideia o idoso deve fazer exercícios regularmente seguindo fiel um calendário programado, deve próximo de hospitais para internações emergenciais, deve fazer exames de rotina, cumprir a agenda das consultas regulares… Outro dado interessante: eles andam a pé, e muito! Sobem ladeiras, escadas, sentam no chão…! (agachamentos, tudo bem?). De fato nós nos preparamos diferente disso pra o envelhecimento: queremos sossego! Quanto menos movimento melhor, afinal estamos ficando idosos (leia-se frágeis)…

Lá nas zonas azuis eles não parecem nada frágeis. Ao contrário disso usam a comunidade para se manterem ativos e saudáveis. Nenhum deles vive em asilos ou casas geriátricas. A própria comunidade é unida e ajuda uns aos outros de modo que se unem ainda mais em grupos para que este idoso jamais fique sozinho. As pessoas são de fato unidas por laços muito fortes e isso as mantém saudáveis. O senso de viver com PROPÓSITO também foi interessante de perceber: cuidar de uma horta, das flores, de animais, ou seja, uma rotina forte de trabalho diário e um dia de folga na semana, os mantendo NECESSÁRIOS para a comunidade da qual fazem parte.

E o que comem? Onde frequentam? A rotina é simples, bem simples. As refeições são produzidas em casa ou em comunidade. Consomem produtos colhidos nas próprias HORTAS, frutas colhidas do pé, em sua maioria são VEGETARIANOS, mantém rotina de TRABALHO assíduo e ninguém espera a morte chegar. Não se tratam como idosos apenas vivem seus PROPÓSITOS de forma NATURAL, ao lado da COMUNIDADE, são BEM VISTOS pela bagagem de sabedoria e experiência que carregam.

Vejamos que culturalmente temos outra postura…

O “velho” deve ser poupado do trabalho, não deve fazer esforço ao deslocar-se, preferencialmente é melhor a residência seja no pavimento térreo evitando assim qualquer acidente com escadas. Também não deve fazer planos futuros de morar longe dos centros hospitalares (isso seria uma grande aventura!). Essas e outras crenças moldam o imaginário do que acreditamos ser o envelhecimento saudável…
E a comida? A mais balanceada possível, com dietas e nada de bebidas!

O seriado é transformador no sentido de nos mostrar o poder das nossas atitudes perante nosso corpo e mente: nós somos diretamente responsáveis por isso, é intransferível. Deixo uma mensagem que pra mim resume bem como podemos ser um centenário: viver de forma simples, com PROPÓSTITO e o principal: VIVER SENDO JOVEM!

ARTIGO PUBLICADO NA REDE FOOD SERVICE

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cozinhas profissionais

Belisa Medeiros

CEO da BEKITCHENS, Empresa especializada em Concepção e Planejamento para Projetos de Restaurantes. A BEKITCHENS oferece a solução completa para o setor do Food Service, desde o projeto até implantação de empreendimentos gastronômicos. Atua com projetos de restaurante para indústrias, refeições coletivas, hotéis, restaurantes comerciais, cafeterias, franquias e demais áreas do setor.

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